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Capitéis

Em toda região de imigração de imigração italiana, encontramos à beira das estradas, na maioria entre as belas paisagens rurais, pequenas construções conhecidas como capitéis.

A cultura dos nossos imigrantes na sua expressão de fé e religiosidade popular, construíram capitéis por devoção, para pedir graças e proteção, pagar promessas e agradecer, sendo o local para rezar, onde sempre havia uma lamparina acessa. Em muitos capitéis as rezas continuam acontecendo, mantendo viva a fé, cultura e tradição.

Estas pequenas construções não foram diretamente influenciadas pela Igreja institucional, já que nesse caso não era necessário pedir licença para erigir, mas motivadas pelas muitas histórias vividas, particulares, familiares ou comunitárias, alicerçadas na crença e na fé inabalável diante dos sofrimentos e das dificuldades enfrentadas.

Os capitéis, construídos das mais variadas formas, que na sua simplicidade e beleza singela, expressam a essência do homem simples e sua conexão com o sagrado.

Na Itália, estas construções são conhecidas como “Capitello”. Consta que os Romanos erigiam pequenos oratórios “compitum” a seus deuses; com a expansão do cristianismo foram apropriados e transformados em Capitéis votivos.

É comum aceitar a derivação do nome “ Capitello” do nome latim “Caput”, isto é, capo, cabeça, extremidade. A etimologia faz pensar a um outro precioso significado topo geográfico para ligar a “caput” como extremidade ou encontro de vias.

Um primeiro e importante lugar de construção foi o encontro de estradas, como sugere etimologicamente o nome, outros são encontrados nos limites da propriedade para delimitar território, divisas.

Outros lugares privilegiados são as encostas, locais abertos, onde o elemento paisagístico permite uma atmosfera sensível e misteriosa, remetendo a sensação do divino na alma do homem.

Encontramos também capitéis próximos de pontes e cursos d´agua, passagens obrigatórias das pessoas, invocando proteção das forças sagradas para sustentação do homem diante dos perigos da natureza.                          

A construção dos capitéis pode ser interpretada como o desejo de aproximar o divino ao homem e torna-lo mais familiar, observando que na maioria são dedicados a Nossa Senhora e aos Santos católicos, figuras humanas, pessoas que viveram e por isso compreendem os problemas da vida cotidiana, que poderiam intermediar o pedido de ajuda e proteção.

Normalmente estamos diante de construções simples, de blocos em pedras, barro, madeira, em alguns casos em forma de “nicchia”, cavidade na rocha, muro ou construção, em formato de arco onde encontramos inserido o santo de devoção.  Com o passar do tempo e o progresso econômico, ganharam reformas e materiais mais atuais.

Quanto ao valor artístico, representam uma espécie de artesanato simples, sem ambição. Significa que os aspectos artísticos são fruto do conhecimento popular, ficam em segundo plano em relação ao conteúdo religioso e social que os erigiu. Isto é; “ Mais oração que arte”.

 

Circolo Trentino di Garibaldi

 

 

Fontes consultadas.

O livro do Capitel - Fabiano Mazzotti e outros - 2018

Perto das Estrelas – Circolo Trentino di Garibaldi - 2013

Retratos da colônia – Arlindo Itacir Battistel  - 2013

Capitelli in val di Non – Adolfo Menapace - 1994

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