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Entre as inúmeras famílias provenientes da Itália estava a de Davide e Carlotta, que vieram casados. Chegando ao Brasil, o casal teve nove filhos.
Davide e Carlotta nasceram em Mattarello, na cidade de Trento. Ele, no dia 12 de julho de 1854, filho de Bortolo Agostini e Lucia Monti; ela, no dia 31 de outubro de 1857, filha de Paulo Agostini Slomp e Orsola Agostini.
O casamento realizou-se no dia 3 de setembro de 1881, na Igreja de Mattarello. Havia parentesco entre Davide e Carlotta e os familiares não aprovavam a união. Sabemos que a viagem para o Brasil iniciou logo após o matrimônio.
Davide e Carlotta partiram da Itália com lágrimas nos olhos, por terem deixado os pais, irmãos e amigos. Partiram conscientes de que estavam abandonando a terra-mãe, onde os problemas eram maiores. Mesmo assim, sabemos que a distância corta montanhas, mares e rios, apresenta novos horizontes, mas não transpõe nossos laços afetivos. A dor de ter de partir para uma nova pátria a procura de “la cucanha” [um lugar de abundância] para poder sobreviver era grande.
Ao chegarem ao Brasil, Davide recebeu o lote nº 67, na Linha Costa Real, em Garibaldi (na época, o município se chamava Conde D’Eu. A área de terras media 484.000 metros quadrados e estava avaliada em 200.000 réis. Os títulos provisórios foram entregues em 2 de janeiro de 1884, tendo dez anos como prazo máximo para quitação. Os imigrantes também recebiam ferramentas do governo, como foices e facões.
A primeira providência do casal após a posse do lote foi a definição do local da primeira moradia, que tinha como condição primordial ter água por perto. Deus fez o universo com infinita sabedoria e logo Davide e Carlotta encontraram um riacho. Perto de uma linda cascata de cerca de 16 metros de altura – que, assim como o riacho, corre até hoje – eles construíram sua pequena casa. Como diziam os antepassados “Lé zo del valon, rente de um schumbom, dove ghé na cascata de sedeze métri i ga fato la sua caseta” (É lá no fundo do morro, perto do rio, onde existe um grande volume de água, que eles fizeram sua primeira morada). Como o casal chegou até lá? Abrindo um piquete, com o uso de foice, facão e pudina.
Uma das provas que que ali teria sido a primeira moradia da família é que existem as marcas de um ferro embutido em uma das pedras deixada por Davide, carinhosamente lembrado pela família como nono Davide.
Os descendentes da família se reúnem a cada dois anos, sendo que em 2022 ocorreu o 2º Encontro Mundial e o 7º Encontro Nacional. Além de concentrarem grande número de descendentes, os encontros têm como grande atração a descida ao Valon, onde a família esculpiu em pedra os seguintes dizeres: “CUI NASCE L`EPOPEIA DE LA FAMILIA AGOSTINI” (Aqui nasce a epopeia da Família Agostini). Além disso, a família também realizou a restauração da igreja centenária em Costa Real, construída em 1899.
“O povo que não olha para o passado à procura de seus ancestrais jamais olhará para o futuro e para a... Ver Projeto...
O Patriarca da família, Francesco Domenico Postinghel, nasceu em 11 de julho de 1826, na cidade de Besenello, província de Trento... Ver Projeto...