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“O povo que não olha para o passado à procura de seus ancestrais jamais olhará para o futuro e para a posteridade”. Winston Churchill
Vitório Manica nasceu em 12/04/1895 em Garibaldi (RS), filho do casal de imigrantes Vicenzo Manica e Giustina Senter. Ele nascido em Castellano – Villa Lagarina (TN) em 21/11/1858 e ela em 15/10/1862, em Trento. Casou-se com Marianna, com quem teve o filho Vicenzo. Juntamente com seus familiares, Vicenzo chegou no final de 1875 à Colônia Conde D’ Eu, na Linha Figueira de Melo. Seu pai adquiriu o lote 1, enquanto Vicenzo, juntamente com seu irmão Massimino, adquiriram o lote 20. Vicenzo faleceu em 13/05/1951.
Marlene Maria Manica Delazzeri conta a história da família em forma de poesia, dialetal, e música adaptação por Valmor Marasca.
Quando del Trento i Manica i sá partiti,
Com Pietro Paolo el nostro tartaranonno,
Anca Vicenzo el nostro bisnono,
E nel San Rocco contenti i zé rivai,
Fratelli, fratelli, fratelli,
Noantri semo tutti fratelli,
Fratelli, fratelli, fratelli,
Noi semo um jardim de fior.
Vincenzo um giorno el se gá catá la Giustina,
Na dona bona e próprio gente fina,
Dopo de um tempo, i leva su la bambina,
E nella cheza bem contenti e sá maridai.
Dopo i ze andati estar em tela Araúja,
Ghe terra bona i voleva a far fortuna,
Com tanti sassi ma lori senza paura,
I laoreva tanto e dieze fioi i gá eslevá.
El nono Vitório el se ga catá la Regina
Dopo de um tempo la espeteva uma bambina
Ma per desgrazia morta ela e la popina,
El nono Vitório com dolor lu sol lé restá.
Mae l nostro nono um homo de coraio,
Cola nona Mábile nantra volta el sá maridá,
Com sacrifício nove fioi i gá cria,
Grazia lori que adesso noi semo quá.
Tutti i manheva polenta col late,
Cossi piam, piam, lori islargueva le so culate,
Próprio per quel que noi adesso havemos herdá,
Queste gracete que poque o tante, tutti i guená.
Giocondo, Vichenzo, Livio e Toni,
Sylvino, Emília, Merchede, Léssio e Zélia,
Tutti bem messi e senza miséria,
Grazie al senhor e la Madona que tutti nove i gá prosperá.
A história da família Manica, é igual a tantas outras histórias de imigrantes trentinos, etnicamente italianos, filhos desta grandiosa Pátria que acolheu os antepassados e viu nascer e prosperar seus filhos, netos e bisnetos.
É fundamental que eles saibam que uma família unida gera vínculos autênticos, poderosos e insubstituíveis, permitindo a seus membros a segurança necessária para enfrentar e superar os momentos difíceis.
Enfim, um homem consciente das suas origens, de sua história e harmonizado com a família, é como uma árvore de fortes raízes que comtempla a tempestade e dela sai fortalecido.
Histórias vividas em família
O prato que não faltava e polenta com leite, para comer no chão com a colher ao redor da bacia. Toda a água era transportada com baldes a manual. Não havia luz. Havia o “charret” que era mantido à querosene. Não havia banheiro dentro de casa. Embaixo da cama havia um penico para as necessidades durante a noite. O banho era no rio. O colchão era de palha de milho. O travesseiro era feito com penas de galinha ou gansos. Todos andavam a cavalo. Na escola só havia uma professora para todas as séries. Não havia geladeira, nem televisão. Alguns poucos tinham um rádio.
Namoro era no domingo. As famílias eram numerosas. Os filhos nasciam em casa, com ajuda da parteira. As crianças ficavam enfaixadas até os 6 meses. As calcinhas e as cuecas eram feitas com pano de saco. Limpeza era com sabão feito em casa. Comprava-se apenas café, açúcar, arroz e farinha. Todo resto era criado ou produzido pelas famílias: carne de gado, porco, salame, queijo, manteiga, nata, feijão, vinho, ovos, leite, pão, biscoitos, cuca, mel, frutas, verduras, entre outros alimentos.
Para encerrar, ainda hoje fala-se em crise. Crise era lá!
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