2
Narrada por José Caetano Copat (in memorian)
Leonardo Copat e Rosa Pintarelli casaram-se em Pérgine, na Itália, em 1866. Vieram para o Brasil com cinco filhos (Giambbatista, Gieuseppe, Cecilia, Annibale e Enrico). Em 24 de dezembro de 1875, chegaram na Colônia Dona Isabel (hoje município de Bento Gonçalves – RS), após passarem por uma quarentena e serem liberados para seguirem aos seus destinos. Receberam o Lote n° 01, situado onde hoje fica o bairro Santo Antão, próximo à divisa com a cidade de Garibaldi. No Brasil, tiveram outros cinco filhos: Félice, Manoel, Victorio, Guerino e Rosa.
O filho mais novo, Enrico Emmanuele Copat (*12/06/1875 +28/08/1938), tornou-se Henrique Copat no Brasil. Casou-se com Maria Remonti Copat (*26/05/1877 +28/01/1937), com quem teve dez filhos: Rosa, Felix Pietro, Maria Lucia, José Caetano, Federico, Florinda, João, Virginia Gloria, Arlindo Francisco e Albina Azevisa.
José Caetano Copat (*01/09/1903 +12/11/1997) transferiu-se para Garibaldi em 1929 e, dois anos depois, em 08/08/1931, casou-se com Iolanda Peruffo Copat (*22/11/1907 + 22/07/1974), com quem teve cinco filhos: Juarez (*18/05/1932), Edith (*26/04/1935 + 12/05/2009), Nadir (*12/12/1937), Inês (*16/01/1942) e Jorge (*29/05/1946), todos nascidos em Garibaldi.
José Caetano iniciou como aprendiz de Marcenaria em Bento Gonçalves, onde formou sociedade em uma empresa do ramo. Após algum tempo, por motivos de saúde, começou a trabalhar como autônomo.
Destaque para algumas atividades/obras realizadas por ele em Garibaldi:
- Igreja do Convento dos Freis Capuchinhos (bancos);
- Colégio Santo Antônio e Convento/Colégio São José (construção das escadas internas de madeira);
- Hotel Casacurta (parte interna da madeira);
- Moinhos de trigo da Cooperativa Agrícola Cairú e Moinhos Bozzetto (tubulações de madeira).
Além disso, José Caetano Copat era referência em vários tipos de serviços:
- fazia novas rodas ou reparos necessários em veículos antigos que tinham rodas de madeiras (de colecionadores);
- montava carrocerias de madeira em caminhões, caminhonetes e ônibus. Foi ele o responsável pela primeira carroceria de madeira com corredor interno no ônibus que fazia trajeto Garibaldi/Porto Alegre;
- produzia coronhas de espingarda para caçadores (exigiam madeira especial);
- construía hélices de madeira para aviões do Aeroclube de Garibaldi (além de madeira especial, era exigido um balanceamento exato);
- produzia diversos Quadros de Formatura, em madeira, para formandos em Contabilidade do Colégio Santo Antônio, com figuras de Águia, Livro Aberto, Fachada do Colégio Santo Antônio e Palácio da Alvorada (alguns encontram-se no Museu Municipal);
- fazia matrizes em madeira para empresas;
- construía casas de madeira com as aberturas do mesmo material, ornadas com lambrequins e com três metros de pé direito, como rezava a tradição da época. Um exemplo é a casa onde ele morava, na rua Alencar Araripe, que continua erguida.
Um fato curioso é que, durante a Segunda Guerra Mundial, José Caetano era um dos poucos que tinha um rádio em casa. À noite, os vizinhos se reuniam em sua residência para ouvir as notícias transmitidas diretamente da Alemanha.
José Caetano ensinou à família religiosidade, respeito e honestidade. Tinha uma fé inabalável em Santo Antônio, São José e São Roque, transmitida a seus descendentes. No dia em que se festejava São Pedro, ele recebia familiares de outras cidades com almoço ou jantar para colocar a conversa em dia.
Ele contava que a família era originária do Tirol Italiano e Austríaco e que os avós saíram do Porto de Genova, na Itália, deixando um irmão, uma irmã e diversos primos. Entre os descendentes de José Caetano estão cinco filhos, oito netos, nove bisnetos e sete trinetos.
Hoje os descendentes mantêm contato com primos através de um evento já tradicional: a cada dois anos acontece o Grande Encontro da Família Copat, que reúne, inclusive, pessoas de outros países, especialmente da Itália. Além disso, em muitas oportunidades ocorrem visitas tanto aos parentes que residem na Itália quanto aos locais da origem da família, onde os descendentes são sempre recebidos com muita emoção, carinho e atenção.
Isso é muito importante para manter viva a cultura dos antepassados imigrantes, o que fortalece os laços da Família Trentina através da troca de informações sobre a herança cultural deixada por quem faz parte dela.
“O povo que não olha para o passado à procura de seus ancestrais jamais olhará para o futuro e para a... Ver Projeto...
O Patriarca da família, Francesco Domenico Postinghel, nasceu em 11 de julho de 1826, na cidade de Besenello, província de Trento... Ver Projeto...